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As escolhas parecem invulgares?
Paciencia o meu gosto musical é, no minimo estranho. Oiço tudo (ou quase tudo)... e as minhas escolhas vão-no provar.
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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Sergio Godinho

Apesar de já andar por aí há uns anos, este senhor é, na minha opinião, o melhor artista português da actualidade.
Nasceu no Porto em 1945 mas com 20 anos saiu de Portugal para evitar a guerra colonial só regressando depois do 25 de Abril. Nos nove anos que esteve fora do país Sérgio Godinho esteve em vários países e cidades mas foi em Paris que iniciou a sua carreira musical.
Durante dois anos participou no espectáculo musical "Hair", colaborou com José Mário Branco no álbum "Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades" e lançou os seus dois primeiros álbuns: "Os Sobreviventes" em 1971 e no ano seguinte o álbum "Pré-Histórias".
No momento em que se dá o 25 de Abril Sérgio Godinho estava no Canadá com a primeira mulher. Regressou a Portugal nesse mesmo ano e lançou o álbum "À Queima-Roupa".
De então para cá tem editado com regularidade e sempre com qualidade. Colaborou com diversos projectos musicais e ocasionalmente como actor em projectos de televisão, cinema e teatro e também publicou livros (O pequeno livro dos medos - texto e ilustrações [livro infantil]; O sangue por um fio [livro de poemas]).
Aqui fica a lista da discografia completa deste grande senhor da música portuguesa:

Álbuns de originais

Os sobreviventes (1971)
Pré-histórias (1972)
À queima-roupa (1974)
De pequenino se torce o destino (1976)
Pano-cru (1978)
Campolide (1979)
Canto da boca (1981)
Coincidências (1983)
Salão de festas (1984)
Na vida real (1986)
Os amigos de Gaspar (1988)
Aos amores (1989)
Tinta permanente (1993)
Domingo no mundo (1997)
Lupa (2000)
O irmão do meio (2003)
Ligação directa (2006)

Álbuns ao vivo

Escritor de canções (1990)
Noites passadas (1995)
O elixir da eterna juventude (1996)
Rivolitz (1998)
Afinidades (com os Clã) (2001)
Nove e Meia no Maria Matos (2008)

Colectâneas

Era uma vez um rapaz (1985)
Biografias do amor (2001)
Setenta e Um - Oitenta e Seis - O melhor de Sérgio Godinho (2004)

Bandas sonoras

A Confederação (LP, Diapasão/Sassetti) (1978)
Kilas, o mau da fita (1979)

EPs

Romance de um dia na estrada (Guilda da Música/Sassetti) (1971)

Singles

Na Boca do lobo (Guilda da Música/Sassetti) (1975)
Liberdade (Sassetti) (1975)
Nós por cá todos bem (Diapasão) (1977)
Kilas, o mau da fita (Philips) (1981)
Tantas vezes fui à guerra (Philips) (1983)

Colaborações

Fausto Bordalo Dias - Madrugada dos Trapeiros (1977)
Espanta Espíritos - Espanta Espíritos (1995)
Despe e Siga . Tema: Tou Bom . Álbum: Os Primos (1995)
Silence 4 . Tema: Sexto Sentido . Álbum: Silence become it (1998)
Clã . Tema: O Sopro do Coração . Álbum: Lustro (2000)
Gabriel, o Pensador . Tema: Tás a ver? . Álbum: Tás a ver? (2003)
Manuel Paulo . Tema: Casa Inacabada com Baloiço na Janela . Álbum: O Assobio da Cobra (2004)
José Mário Branco . Tema: Pão Pão . Álbum: Resistir é vencer (2004)
Joana Melo . Tema: Com um brilho nos olhos . Álbum: Operação Triunfo (2004)
Sons da Fala - Sons da Fala (2007)
Camané . Tema: Sonhar Durante o Fado . Álbum: Sempre de Mim (2008)
Cristina Branco . Tema: Bomba-Relógio . Álbum: Kronos (2009)

DVD

Sérgio Godinho - De Volta ao Coliseu (2006)

E agora alguns vídeos:





Uma das minhas preferidas



Aquela que talvez melhor o define













E claro não podia faltar esta



Lisboa Que Amanhece

Cansados vão os corpos para casa
Dos ritmos imitados doutra dança
A noite finge ser
Ainda uma criança de olhos na lua
Com a sua
Cegueira da razão e do desejo

A noite é cega, as sombras de Lisboa
São da cidade branca a escura face
Lisboa é mãe solteira
Amou como se fosse a mais indefesa
Princesa
Que as trevas algum dia coroaram


Não sei se dura sempre esse teu beijo
Ou apenas o que resta desta noite
O vento, enfim, parou
Já mal o vejo
Por sobre o Tejo
E já tudo pode ser
Tudo aquilo que parece
Na Lisboa que amanhece


O Tejo que reflecte o dia à solta
æ noite é prisioneiro dos olhares
Ao Cais dos Miradoiros
Vão chegando dos bares os navegantes
Amantes
Das teias que o amor e o fumo tecem

E o Necas que julgou que era cantora
Que as dádivas da noite são eternas
Mal chega a madrugada
Tem que rapar as pernas para que o dia
Não traia
Dietriches que não foram nem Marlénes


Em sonhos, é sabido, não se morre
Aliás essa é a Única vantagem
De após o vão trabalho
O povo ir de viagem ao sono fundo
Fecundo
Em glórias e terrores e aventuras

E ai de quem acorda estremunhado
Espreitando pela fresta a ver se é dia
E as simples ansiedades
Ditam sentenças friamente ao ouvido
Ruído
Que a noite se acostuma e transfigura


Na Lisboa que amanhece


Não sei quem foi que o disse, não me recordo, mas ouvi uma vez dizer que é estranho que uma das melhores canções sobre Lisboa alguma vez escrita tenha sido escrita por alguém... do Porto!

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